Romulo FelippeRomulo Felippe é diretor de redação da Revista Caminhões. Envie sua sugestão: romulo@editoraviver.com.br
Você sabia que os caminhoneiros brasileiros são os melhores do mundo? E, antes que me peçam provas cabais desta afirmação, vou logo dizendo: não há pesquisas nem concursos que o afirmem. O que há, irmãos e irmãs estradeiros, é a minha humilde experiência de ter viajado pelos quatro cantos do mundo e registrado, nas páginas da nossa Caminhões, a rotina dos motoristas de duas dúzias de países.
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Sim, reitero: o caminhoneiro tupiniquim é o número um do mundo. Duvida? Então raciocine comigo: na Europa os condutores de lá tem frotas novas à disposição – aqui estamos lutando para isso, enquanto muitos dos nossos guiam “velharias”; lá fora as estradas são perfeitas – enquanto no Brasil engatinhamos para um dia chegarmos perto disso, enfrenando em alguns pontos uma série de crateras lunares...
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Mas vai além: nos Estados Unidos e no Velho Mundo os caminhoneiros cumprem jornadas diárias fiscalizadas com paradas de descanso e leis rígidas; aqui a lei existe mas, há ainda, motoristas que saem de São Paulo e só param de dirigir em Manaus. Existe lá fora uma valorização salarial impressionante, e no Brasil ainda sonhamos com isso (mas, convenhamos, já foi muito pior...).
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Entendem quando digo que temos os melhores motoristas do mundo? Somos fortes e inquebráveis. Lutamos contra todas as intempéries e obstáculos. Desafios que, para condutores do mundo, seriam intransponíveis: não para o brasileiro apaixonado por diesel. Não apenas fecham estradas quando preciso, em forma de protesto, mas também lutam por um país mais digno, livre da corrupção.
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São cerca de 2 milhões de profissionais, entre empregados e autônomos, que representam a voz de mais de duzentos milhões de brasileiros. Vale ressaltar que a profissão está se valorizando, agregando conhecimento técnico e tornando caminhoneiros verdadeiros gestores do seu próprio caminhão. A evolução é visível para todos. Vislumbro dias melhores para a categoria.
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Enquanto existir homens e mulheres dispostos a cruzar este país continental, transportando alimentos e produtos essenciais à vida humana; enquanto os nossos estradeiros carregarem o Brasil nas costas, mesmo no advento de uma pandemia global (e atuando na linha de frente)... enquanto esses persistirem, abnegados que são, podemos todos sonhar com um país melhor. Eu acredito!
Sensação
Vento
Umidade