O ano de 2021 foi desafiador, mas há boas perspectivas para este novo ano. A Scania, por exemplo, deu passos importantes na transformação do transporte, firmou novas parcerias e fortaleceu as já existentes. Mas também enfrentou desafios, assim como todo o mercado mundial – e eles continuarão batendo à porta em 2022.
Para entender esse caminho, que irá nos levar à prévia do que se espera para o ano que vem vindo, vamos fazer uma breve retrospectiva. A começar pelo segmento de caminhões. 2021 foi um ano aquecido para o setor, reflexo da retomada das empresas de transporte que caminham para um cenário de recuperação da pandemia de Covid-19.
Silvio Munhoz, Diretor de Vendas de Soluções da Scania no Brasil, explica que é preciso voltar alguns anos para entender este movimento do mercado. “Em 2019, mercado voltou a ter um patamar acima de 100 mil unidades vendidas e vinha num momento de retomada concreta com expectativa de recuperar os anos de baixas vendas (2015 a 2018), com renovação mais intensa. Até chegar a pandemia. Em 2020, o impacto foi forte negativamente de abril, o pior mês da história, até julho. Naquele momento imaginamos que levaríamos meses para o mercado se recuperar da pandemia. Mas, em agosto, os clientes voltaram a demandar e o mercado não parou mais. E 2021 começou muito aquecido vindo nesta toada. Contudo, a cadeia de fornecedores global não se recuperou da mesma forma que a indústria automotiva, pois muitos componentes, especialmente os semicondutores, são usados nos mais variados segmentos industriais. Porém, não estamos medindo esforços para atender aos nossos clientes que sofrem com este impacto global”, pontua.
O agronegócio foi e continua sendo o grande responsável por puxar essa demanda por veículos pesados. De acordo com a Anfavea, em 2021 o mercado total deverá crescer cerca de 30% na comparação com 2020, ou seja, entre 130 mil e 140 mil unidades de caminhões e ônibus.
Já no segmento de ônibus, a retomada tem sido gradual, especialmente com o avanço do plano nacional de vacinação em todo o país. “Os clientes, tanto urbano, fretamento ou rodoviário, voltaram, neste segundo semestre, a nos procurar com mais frequência para efetivar compras e planejar entregas para o ano que vem. De modo geral, o cliente já tem notado o aumento do fluxo de passageiros. A vacina está dando mais tranquilidade para os deslocamentos por ônibus. Além disso, os operadores têm investido em medidas que seguem as regras sanitárias para evitar o contágio. O veículo está sendo entregue ao cliente ainda mais seguro por dentro e por fora. E o passageiro tem reconhecido o empenho nestas atualizações. Outra consequência positiva da imunização mais ampla acontece no segmento do turismo, que registra uma movimentação mais acelerada do que no primeiro semestre. Acreditamos que este mês de dezembro terá um aquecimento pelas viagens de fim de ano, Natal, Ano Novo e férias de janeiro. As empresas também estão fazendo sua parte, investindo em medidas seguras de higienização. Por outro lado, com a volta cada vez mais frequente dos trabalhadores aos locais de trabalho físico, seja em período integral ou mescla de home-office, a consequência é o aumento do fretamento, das consultas e compras”, explica Munhoz.
Com esse contexto, a Scania já se prepara para um 2022 de muito trabalho e de muitos desafios. É claro que ainda não é possível se ter uma projeção real de como será o novo ano, mas as primeiras impressões mostram que a marca seguirá firme em seu propósito de apoiar o cliente para que ele tenha mais disponibilidade da sua frota, rentabilidade na operação e visão de futuro, sempre com a sustentabilidade como cerne para transformar o mundo dos transportes. Confira nesta entrevista com Silvio Munhoz uma prévia do que a Scania espera para o próximo ano:
A Scania está se preparando para 2022 no segmento de caminhões?
Silvio Munhoz: Estamos satisfeitos com as soluções que temos entregado ao cliente, desde a Nova Geração de caminhões até os veículos a gás. Neste momento, com custos mais altos no transporte, especialmente no preço do diesel, uma frota nova vai oferecer mais dinheiro no bolso do transportador. E no caso da Scania o cliente comprará uma solução de transporte até 20% mais econômica (menor no consumo de combustível) em comparação com à geração anterior. Para 2022, as indefinições nos rumos da economia brasileira, a alta dos juros, os altos custos dos combustíveis, a indefinição política em virtude das eleições e o problema da falta de componentes para a produção dos veículos, principalmente os semicondutores, são os principais fatores que nos impedem, hoje, de traçar uma projeção do mercado. Uma reflexão também deve ser feita pois a venda de caminhões é atrelada à curva do PIB e as projeções, neste momento, mostram um possível PIB menor em 2022, trazendo uma visão de crescimento do mercado não muito grande. Por outro lado, o fenômeno da nova lei de emissões Euro 6, que entrará em vigor a partir de janeiro de 2023, poderá causar no final do ano que vem uma alta do mercado acima do PIB por conta deste movimento.
E para o segmento de ônibus?
O processo gradual de retomada que começou neste ano deverá permanecer ao longo de 2022. Contudo, imaginamos que uma recuperação efetiva do setor ainda leve pelo menos dois anos. Nos urbanos, a expectativa é também de alta em 2022, de maior busca pelas opções sustentáveis. Temos as linhas a gás (natural e/ou biometano) urbana e rodoviária e notado o interesse crescente do cliente e dos órgãos gestores. Estamos preparando nossos futuros produtos para estarem ainda mais inseridos neste contexto. Precisamos ofertar não um ônibus puramente de apelo futurista, mas que traga uma solução ao diesel que caiba no bolso do operador.
O que podemos esperar da Scania em sustentabilidade e combustíveis alternativos?
A maturidade do mercado é essencial para os avanços que planejamos para os próximos anos. Lançamos a linha de caminhões movidos a gás (natural e/ou biometano) e vem sendo um sucesso. Já entregamos mais de 200 unidades e planejamos vender outras 500 em 2022. O veículo elétrico é o caminho do futuro, sim, mas o ´Aqui e Agora’ para o Brasil é o gás, o que mais se aproxima do bolso do transportador. Os transportadores estão cada vez mais perguntando sobre alternativas ao diesel e a tendência é esta a partir da pandemia: um transporte de cargas mais sustentável. Estamos neste caminho e levando nossos clientes conosco nesta jornada. Infelizmente, são inúmeros desafios até chegar à realidade do elétrico em função de questões como investimento inicial, geração e distribuição da rede elétrica preparada para alta demanda (frota), geração da energia elétrica (fontes limpas) e descarte ou reciclagem e capacidade de vida útil das baterias.
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